Pra mim o amor não tem que ser
leve, o amor é leve.
Se não é leve tem algo errado.
Acredito que o amor seja a união
de todos os sentimentos bons que existem. Se tem algo no “amor” te chateando, é
porque não é amor. Pode ser a união de vários sentimentos bons, mas tem algum
no meio que tá afetando o conjunto. E é quando a gente não percebe essa falha
que a gente torna um sentimento tão lindo e puro em algo tão doloroso e tão
carregado de cobranças.
Usando como exemplo
relacionamentos amorosos, eu acredito que uma das coisas que mais dificultam a
plena felicidade de uma relação, é que a gente já entra num relacionamento
cheio de expectativa: “ah, meu namorado tem que ir ao cinema comigo aos sábados.
Às sextas nós cozinharemos juntos. Aos domingos iremos à casa dos meus avós
comer bolo de fubá. Meu namorado vai amar andar de mãos dadas e vai dizer que
me ama todos os dias ao acordar e antes de dormir, acompanhado de um beijinho
na testa e um cafuné.” E ao viver a vida real você percebe que às vezes seu
parceiro é um pouco mais frio, e que suas demonstrações de amor não são
exatamente dizer que ama, beijar e fazer cafuné, mas te chamar pra caminhar,
conversar sobre algo que vocês gostam muito. E aí você não consegue perceber
que cada um tem seu jeito de demonstrar o amor e acha que a pessoa não te ama,
ou que ela é insensível. Creio que isso possa ser um gatilho pro despertar,
quando você sabe que o amor é leveza e a coisa ta pesada, reflita sobre o
assunto. Minha mãe me educou dizendo: quando a situação tá ruim e, mesmo
falando com a pessoa a situação não se resolve, pare você pra analisar suas
atitudes, porque às vezes o problema está em ti. Não quero incentivar ninguém a
mudar, perceba: estou em um relacionamento, meu namorado não atende às minhas
expectativas então eu vou me moldar a ele. NÃO, jamais! Você precisa ser feliz.
E ser feliz significa ser feliz consigo mesma. Se você está triste porque seu
namorado não é quem você queria que fosse, é porque você não esta conseguindo
ser feliz sozinha, então se escora no outro como se ele fosse sua bengala da
felicidade. Você precisa parar para pensar, e só quando você perceber que o
outro está com você pra compartilhar momentos e não dividir nem te fazer feliz
é que você vai sentir a leveza do amor. Agora, se você refletir bastante e vir
que ainda assim não consegue ser feliz, então saia dessa! Não adianta a gente
descobrir o que é o amor de fato se o outro não quer souber e nem quiser saber.
O amor não é sacrifício, é compartilhamento. Por isso devemos descobrir que
ninguém é responsável pela nossa felicidade, só nós.
Eu acredito que ninguém veio ao
mundo pra fazer alguém feliz. Viemos ao mundo para ser feliz e distribuir amor.
Se não estamos aqui pra fazer alguém feliz, então a gente não tem que se
prender a relacionamentos desgastantes. Atualmente os mais antigos estão numa
vibe de falar que “hoje em dia tudo é efêmero”. E é. E é pra ser. No passado se
acreditava muito que relacionamentos deveriam durar pra sempre e a gente vê
casais de idosos hoje em dia e acha lindo, mas nem imagina o quanto um dos
parceiros teve que abrir mão de si e se submeter a tantas manifestações egoicas
pra poder se manter nesse relacionamento “feliz”. A gente viveu e ainda vive –
mas espero que não por muito tempo – uma época em que a gente se acostuma a
viver o desamor como se estivesse tudo bem. E aí a volta das expectativas: “o
homem manda e a mulher obedece. Isso é felicidade e a receita pra um
relacionamento feliz? Ok.” E então já não sabemos mais o que é felicidade.
Enfim, como sempre um texto sem
meio nem fim, sem conclusão, só ideias soltas, mas um desabafo do que eu
acredito que seja o mal das relações humanas: a expectativa e a má
interpretação do sentimento amor.