sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Não sou, estou!

O tempo se passou, e tudo o que consigo pensar é contraditório. Quero ser cética, mas tenho muita fé; quero ser brava mas sou muito feliz; quero ser sozinha mas dependo de muitas pessoas; quero ser contra mas apóio sempre...
Tenho altas crises existenciais por conta de todos esses paradoxos, não sei definir minha personalidade para provar à sociedade que sou normal. Não consigo ser clara o suficiente para que todos me aceitem e gostem de mim. Não consigo ser simpática o suficiente para que todos me amem...
Sou inútil e falsa aos olhos alheios, sou chata, infantil, careta. Não consigo me encaixar nos padrões da sociedade. Pessoas comentam minha vida sem eu nem saber o que se passa, me veem em lugares que nunca fui, sabem de coisas que nunca fiz, me odeiam sem se quer saber quem sou, só pelo nome já me julgam.
Mas também não consigo ter medo da exclusão, não tenho medo de perder "amigos", não tenho medo de ouvir o que não quero, não consigo me importar com quem não liga pra mim. Isso passou! Passou o tempo em que eu chorava por quem ria de mim, o tempo em que eu corria atrás de quem não me notava, em que amava quem nem sabia quem eu era, em que eu ajudava quem não precisava da MINHA ajuda.
Mudei em partes, mudei por partes, mudei com partes. MUDEI, e isso me favoreceu, me ajudou, me trouxe amor próprio e confiança.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"Não prender, mas ensinar a ser livre!"

Muitos pais não conseguem impor limites aos seus próprios filhos e por isso acabam investindo em atitudes que vão contra certas formas educativas de outros pais, o que pode acabar gerando um certo desconserto nos comportamentos desses outros jovens e prejudicando a situação, da mesma maneira em que se encontrava antes.
Esses jovens que traficam, usam drogas ou pixam, se não faziam escondido, faziam de uma maneira que ninguém percebesse, já estão acostumados com isso. Não adianta proibi-los de estar fora de casa às 22h pois, se eles faziam isso antes e ninguém descobria (porque se descobrissem, essa atitude não precisaria ser tomada) quem garante que agora eles não vão dar um jeito? E quem fazia a luz do dia, porque gosta de "desafios", de que vai mudar?
O toque de recolher poderia dar certo nos primeiros meses e depois tudo voltaria ao normal. Não existe policiais o suficiente para dar conta de tanta gente e NÃO adianta criar esperanças porque o governo NÃO vai gastar dinheiro com isso, já que estão mais ocupados com a segurança das próprias mansões.
Há quem acredite que essa medida do "toque de recolher" vá ajudar as gerações seguintes, mas os jovens que a cada nova 'geração' se tornam mais pensantes nunca aceitariam o fato de não ter os mesmos direitos que os jovens de outra época e até mesmo os que os policiais tiveram um dia, e isso pode acabar gerando um conflito bem pior do que estamos vivendo hoje.
A melhor solução seria que os pais se interessassem mais pela vida dos filhos, que dessem mais atenção às prioridades deles, que aconselhassem e fossem amigos pois as vezes, ser somente pai não é o suficiente.
Muitas crianças buscam nas drogas, no tráfico e na pixação uma forma de aliviar suas angústias, seus medos. Tentam suprir a falta dos pais. Outras fingem estar tudo bem na frente deles, mas por trás estão bolando "planos" para serem melhores que eles, pois, alguns pais, que deveriam ser comparados a heróis, se passam por ratos na cabeça dos filhos, não têm presença, não são nada. Elas idealizam seu futuro em pessoas ruins que se deram bem, e isso não é bom pra ninguém. Sem contar a ajuda da mídia, que na maioria das vezes dá prioridade a essas vergonhas.
Ao invés do governo se preocupar em prender esses jovens marginais, ele deveria investir um pouco dessa grana desviada em educação e em projetos sociais para jovens e adultos para que finalmente o "País de todos" seja realmente de todos e formado por gente inteligente que "deixou a marginalidade" seguindo sua própria consciência e não uma medida cega que tentaram injetar na mente da população.

Texto feito numa atividade de redação cujo tema era: "Como inverter o quadro atual envolvendo jovens, criminalidade e tráfico de drogas?" onde a base usada era o toque de recolher.