segunda-feira, 5 de abril de 2021

A jornada da dor

Hoje o dia começou com uma turbulência avassaladora.

Eu enrolando na cama pra sair de carro quando ouço meu pai entrando nele. Segundos depois um barulho de pancada - esse barulho por aqui já deixa a gente em alerta e naquele momento me veio um pânico - em seguida o grito: "AI MEU DEUS PEGUEI O GATO".  

É isso. Esse foi o começo do meu dia.

Levantei às pressas e dei de cara com ela, a Jasmin, a gatinha de múltipla personalidade ali, se debatendo no chão. Foi uma das cenas mais desesperadoras que eu já vi. Sangue por todo lado e por fim a suspensão.

Eu não sei explicar esse momento, o desespero, a dor. Foram horas de incredulidade e diversas mortes. Fiquei tentando elencar na minha cabeça qual teria sido a pior experiência ali: se a da pessoa que atropelou, a pessoa que viu a cena acontecendo ou a minha, que vi o resultado.

A dor maior, creio eu, foi a da pessoa que viu o fragmento de vida seguido do fim. Essa cena eu penso que mostra a fragilidade da vida de uma forma muito mais violenta do que qualquer outra. 

O medo, a fuga, o fim.

O dia se seguiu, eu entendi o que aconteceu e me conformei. Mas a tristeza pairava.

Assim eu pensei nesse equilíbrio razão-emoção.